Papa reivindica o domingo como ‘dia do Senhor’

Papa reivindica o domingo como ‘dia do Senhor’

Bento XVI disse aos cristãos que, se nos domingos não houver um encontro com Deus, será um tempo perdido
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VIENA - O papa Bento XVI retornou ontem a Roma, procedente de Viena, após sua visita de três dias à Áustria, por ocasião do 850º aniversário de fundação do Santuário de Mariazell, centro do catolicismo centro-europeu. O avião do pontífice, um Airbus A321 da companhia Austrian Airlines, aterrissou no aeroporto de Ciampino, no sul de Roma, às 16h45 (de Brasília). Após descer do avião, o papa foi para sua residência de veraneio de Castel Gandolfo, a cerca de 30km da capital italiana, onde permanecerá até o fim de setembro.
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Ontem, Bento XVI reivindicou o domingo como o “dia do Senhor”, e denunciou que este dia se transformou em “fim de semana” na sociedade ocidental, e disse que, embora o tempo livre seja necessário, “se não tiver um centro, que é o encontro com Deus, acaba sendo um tempo perdido”. Bento XVI fez essa declaração na homilia da missa celebrada na Catedral de São Estevão, em Viena. Milhares de pessoas – cerca de 15 mil, segundo a polícia – participaram da cerimônia, a maioria da praça e das ruas adjacentes, sob uma incessante chuva.
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O pontífice começou a homilia lembrando a frase dos primeiros cristãos: “sine dominicano non possumus” (“sem o dia do Senhor, não podemos viver”). Bento XVI afirmou que as palavras continuam em vigor, já que o homem precisa de um “centro, uma ordem interna e uma relação com Aquele que sustenta nossa vida”.
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Segundo o papa, sem isso a vida está vazia, pois o domingo não é só um dia de preceito para os cristãos, mas uma necessidade. Bento XVI, que durante sua estada na Áustria falou dos problemas que afetam a sociedade ocidental, acrescentou que a “vida desvairada” de hoje “não dá tranqüilidade” e pessoas acabam “perdida”. “Em nossa sociedade ocidental, o domingo se transformou em fim de semana, em tempo livre. O tempo livre, especialmente com a pressa com que se vive, é certamente uma coisa necessária”, disse. No entanto, “se esse tempo não tem um centro interior, do qual saia uma orientação, acaba por ser um tempo perdido, que não nos reforça nem nos muda”, acrescentou.
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O papa disse que o domingo tem que ser um dia de gratidão e de alegria pela criação e que, na época atual, “na qual as intervenções do homem colocam o mundo em perigo”, é necessário mais do que nunca dar dimensão a esse dia da semana. Um dia antes dessas advertências sobre as intervenções do homem na natureza, Bento XVI tinha afirmado, no santuário de Mariazell, 150km a sudeste de Viena, que, se o homem não distinguir a verdade, a ciência pode destruir o mundo. (EFE)


Nota: Por enquanto o método é por aconselhamento e apelos. Em breve será o protestantismo quem se levantará a defender com unhas e dentes a santificação do domingo, dando assim sua mão ao poder romano. Leia o artigo: Lei dominical, Sinal da besta ou não?