Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 1 – 3º Trimestre 2011 (25 de junho a 2 de julho)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 1 – 3º Trimestre 2011 (25 de junho a 2 de julho)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 25 DE JUNHO
Adoração em Gênesis
(Gn 28:16 e 17)

            “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus” (Gn 28:16 e 17).

            O conflito entre o bem e o mal começou no Céu. Lúcifer desejou a adoração que pertencia ao único digno de ser adorado – Deus. Este conflito desceu para a Terra e Adão e Eva viveram sob este dilema. Lúcifer, agora Satanás, quebrou o elo que existia entre Deus e nossos primeiros pais humanos criando no meio deles sua própria adoração. Este elo quebrado trouxe consequências desastrosas estabelecendo na terra dois tipos de adoradores. Caim e Abel são uma demonstração clara de verdadeira e falsa adoração. Os que adoram a Deus são vistos pelo exemplo de Abel por sua disposição de oferecer a Deus exatamente aquilo que Ele deseja e pede. No caso de Caim, vemos a demonstração clara dos que servem a Deus, muitas das vezes com o melhor que possuem, porém, desprovidos da verdadeira essência da adoração – a vontade de Deus acima da nossa.
            O conflito permanece ainda em nossos dias. Estas duas classes de adoradores existem em nosso meio. É importante ressaltar que, a adoração envolve pessoas dispostas a adorar. No entanto, a diferença entre ambos se prende na maneira de como adoram. Um adora a Deus moldando sua vida à vontade dEle. Outros adoram a Deus moldando-O aos gostos e desejos humanos.

Leitura Adicional

            “O arrependimento de Adão, evidenciado pela tristeza por sua transgressão e pela esperança de salvação em Cristo, demonstrado pela oferta de sacrifícios, foi um desapontamento para Satanás. Ele esperava que Adão se unisse a ele para sempre na murmuração contra Deus e se rebelasse contra Sua autoridade. Caim e Abel representaram as duas grandes classes. Abel, como sacerdote, em solene fé, ofereceu seu sacrifício. Caim estava disposto a oferecer os frutos do solo, mas se recusou a ligar sua oferta com o sangue de animais. Seu coração se recusou a mostrar arrependimento pelo pecado e fé em um Salvador, mediante a oferta do sangue de animais. Recusou-se a reconhecer a necessidade de um redentor. Para seu coração orgulhoso, isso representava dependência e humilhação.
            Mas Abel, pela fé em um Redentor futuro, ofereceu a Deus um sacrifício mais aceitável do que Caim. Sua oferta de sangue de animais significava que era pecador e tinha pecados a abandonar, que estava arrependido e acreditava na eficácia do sangue da grande oferta futura. Satanás é pai da incredulidade, da murmuração e da rebelião. Ele encheu Caim de dúvida e de loucura contra seu irmão inocente e contra Deus, porque seu sacrifício foi recusado e o de Abel foi aceito. Matou o irmão movido por sua loucura” (Panfleto: Redemption – The Temptation of Christ in the Wilderness, p. 20).
                       
DOMINGO, 26 DE JUNHO
Adoração no Éden
(Gn 3:1-13)

            No Éden, Deus era o centro da vida dos nossos primeiros pais humanos. Toda a devoção, razão de existência, todo louvor e gratidão eram oferecidos unicamente a YAHWÉH. O Senhor ocupava o primeiro e único lugar do pódio. Rotineiramente Adão e Eva caminhavam com Deus e ouviam Seus mais sublimes conselhos. Que privilégio o que estes primeiros seres da Terra desfrutavam. A alegria, a satisfação, o amor e confiança faziam parte de toda e solene vida de Adão e Eva e seus louvores e devoção ao Criador eram sublimes, constantes e total. A designação de paraíso não era apenas pela beleza exuberante do local, mas, principalmente pela mais excelsa pureza de amor, devoção e felicidade que Adão e Eva, naquele contexto, podiam devotar a Deus em seus relacionamentos e vivência com o Senhor. Tudo era majestoso e belo, mas nada podia ser mais majestoso do que a nítida e palpável presença dAquele que era responsável por todos os cuidados, bênçãos, amor, simpatia e existência. Os anjos constantemente visitavam aquele ambiente sem nenhum tipo de restrição. Eles também caminhavam com Adão e Eva pelo Éden e juntamente com eles, com grande alegria ofereciam louvores de adoração e amor para com o Seu Criador (História da Redenção, p. 31).  É muito difícil descrever as cenas da adoração no Éden, pois ela era tão perfeita que nossa mente é incapaz de vislumbrar o que foi esta sublime realidade. Apenas sabemos que o egoísmo de Caim, a soberba dos filhos de Eli, as imprudências de Davi e a insanidade das adorações pagãs não faziam parte deste ambiente puro e cheio de verdade. Como diz a letra de uma música muito conhecida: “Deus, somente Deus”. Somente Deus era o centro de todas as coisas e somente Ele era o alvo de todas as nossas devoções mais significativas. Inclusive o sábado bíblico desempenhava o seu nobre papel de ser um memorial da existência do mundo, mas especialmente da existência de todos os seres humanos.

Leitura Adicional

            “No Éden, o trabalho de cada dia trazia saúde e alegria a Adão e Eva, e os dois, felizes, saudavam com alegria a visita de seu Criador, quando na viração do dia Ele caminhava e conversava com eles. Diariamente, Deus lhes ensinava suas lições” (Manuscript Releases, v. 17, p. 351).

“Mostrou sê-me que a lei de Deus permaneceria firme para sempre, e existiria na nova Terra por toda a eternidade. Na criação, quando foram firmados os fundamentos da Terra, os filhos de Deus olhavam com admiração para a obra do Criador, e todo o exército celestial aclamava de alegria. Então foi que se lançara o fundamento do sábado. No fim dos seis, dias da criação, Deus repousou no sétimo dia de toda a obra que fizera; e abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nele repousara de toda a Sua obra. O sábado foi instituído no Éden, antes da queda, e foi observado por Adão e Eva e todo o exército celestial. Deus repousou no sétimo dia, e o abençoou e santificou. Eu vi que o sábado nunca será anulado; antes, por toda a eternidade, os santos remidos e todo o exército celestial o observarão em honra ao grande Criador” (Primeiros Escritos, p. 217).

“No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação, depondo a Sua bênção sobre o sétimo dia. O sábado foi confiado a Adão, pai e representante de toda a família humana. Sua observância deveria ser um ato de grato reconhecimento, por parte de todos os que morassem sobre a Terra, de que Deus era seu Criador e legítimo Soberano; de que eles eram a obra de Suas mãos, e súditos de Sua autoridade. Assim, a instituição era inteiramente comemorativa, e foi dada a toda a humanidade. Nada havia nela prefigurativo, ou de aplicação restrita a qualquer povo.
Deus viu que um repouso era essencial para o homem, mesmo no Paraíso. Ele necessitava pôr de lado seus próprios interesses e ocupações durante um dia dos sete, para que pudesse de maneira mais ampla contemplar as obras de Deus, e meditar em Seu poder e bondade. Necessitava de um sábado para, de maneira mais vívida, o fazer lembrar de Deus, e para despertar-lhe gratidão, visto que tudo quanto desfrutava e possuía viera das benignas mãos do Criador” (Patriarcas e Profetas, p. 48).
           
SEGUNDA, 27 DE JUNHO
Adoração fora do Éden
 (Gn 4:1-7)
           
            A adoração no Éden deve ter sido extremamente significativa, pois nela não havia contaminação nenhuma com o pecado. Após a queda, quando se fala em adoração contaminada com o pecado, vemos nitidamente uma ação totalmente permeada de egoísmo e orgulho. Podemos melhor entender este dilema no exemplo de um presente egoísta. Este tipo de presente é aquele onde o namorado oferece um perfume à namorada de acordo com o seu próprio gosto e não de acordo com o gosto dela. Na adoração manchada com o pecado, é justamente o que acontece. Oferecemos nossa vida a Deus, nossos dons, nossos recursos e nosso tempo, porém, muitas das vezes, ou oferecemos a Ele somente o que sobrou de nós ou, ao contrário do que Deus deseja, oferecemos o que nós desejamos.
            A adoração no Éden também pode ser vista pela ótica de que, Deus era o único ser que recebia todo o afeto, louvor e honra de Adão e Eva. No entanto, o pecado desfigurou esta situação e destronou Deus de sua real e digna posição. Hoje, a afeição e louvor humanos têm sido desviados para coisas, objetos, pessoas e para nós mesmos.
            Entretanto, o mais importante princípio que permeia a adoração fora desfigurado e a mais sublime ação fora quebrada. O relacionamento com Deus, o caminhar com Ele no Éden e a entrega absoluta diária deixaram de existir. O amor, a confiança e a devoção ao Criador foram transformados em medo, desconfiança e insensibilidade à sua existência e propósitos. Enfim, a mais significativa adoração era aquela que oferecia-se a própria vida. Em um sentido mais exato, nosso convívio, louvor, pensamentos, comportamentos e nossas palavras refletidas nos princípios estabelecidos pelo Criador eram uma evidência fortíssima da única e verdadeira adoração. Esta é a adoração que Deus requer de nós hoje.

Leitura Adicional

            “Devido ao crescimento da iniquidade, o amor de muitos se desvanece. Muitos cresceram na fé do advento, mas, enquanto vivem para o mundo, expressam o desejo de seu coração: ‘Meu senhor tarda em vir’ e espancam seus conservos. Fazem isso pela mesma razão por que Caim matou Abel. Abel estava determinado a adorar a Deus de acordo com a orientação dada por Ele. Isso desagradava Caim. Ele achava que seus próprios planos eram os melhores, e que o Senhor chagaria a um acordo com ele. Em sua oferta, Caim não reconhecia sua dependência de Cristo. Achava que seu pai Adão tinha sido maltratado por ter sido expulso do Éden. A ideia de manter sempre o pecado em mente e oferecer o sangue de cordeiros imolados como confissão da dependência de um poder externo e superior era uma tortura para o orgulhoso coração de Caim. Sendo o mais velho, achava que Abel deveria seguir seu exemplo. Quando a oferta de Abel foi aceita por Deus, e o fogo consumiu o santo sacrifício, a ira de Caim foi muito grande. O Senhor Se dignou a lhe explicar as coisas, mas ele não quis se reconciliar com Deus, e odiou Abel por ter Deus lhe mostrado favor. Ficou tão irritado que assassinou seu irmão” (Manuscript Releases, v. 14, p. 115, 116).

            “No caso de Caim e Abel, temos o modelo de duas classes que haverá no mundo até o fim do tempo, e esse tipo é digno de estudo aprofundado. Havia uma diferença marcante no caráter desses dois irmãos, e essa mesma diferença é vista hoje na família humana. Caim representa os que vivem pelos princípios e pelas obras de Satanás, adorando Deus à sua própria maneira. A exemplo do líder que seguem, eles estão dispostos a prestar obediência parcial, mas sem submissão completa a Deus. O homem, no orgulho de seu coração, gostaria de acreditar que pode conceder algum favor a Deus, que nosso Pai celestial pode ser o receptor, e nem sempre o doador. Mas Deus não pode ser subornado. Ele diz: ‘São Meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas’ (Sl 50:10). ‘Se Eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é Meu e quanto nele se contém’ (v. 12). O homem nada tem para dar que não  o haja recebido primeiramente de Deus. A classe de adoradores de Caim inclui, de longe, o maior número, pois toda religião falsa inventada está fundamentada no principio de Caim, de que o homem pode depender de seus próprios méritos e sua justiça para a salvação” (Signis of the Times, 23 de dezembro de 1886).

TERÇA, 28 DE JUNHO
Duas classes de adoradores
(Gn 6:1-8; 8:20)

            No princípio, após a morte de Abel, vemos nitidamente dois grupos de pessoas muito diferentes. Sete e seus descendentes, enquanto permaneciam separados da geração de Caim, viviam em plena conformidade com a soberana vontade de Deus. Eles guardavam os mandamentos de Deus, honravam e adoração ao Senhor da maneira como foram orientados por Adão e estavam conscientes de suas obrigações perante o Pai celestial quanto aos deveres de uma vida pura e correta. No entanto, não demorou muito até que, através do jugo desigual começaram a perder toda e qualquer virtude que mantinham até o momento. As filhas da geração de Caim pareciam-lhe mais bonitas e atraentes e este encanto proibido lhes foi fatal para suas quedas. É aquela velha ladainha de sempre – o pasto do vizinho é sempre mais verde.
            O pecado, misteriosamente, consegue tornar aos nossos olhos, tudo o que é proibido, mais saboroso e profundamente tentador. A atração pelo que é proibido parece torna-lo mais atraente, prazeroso e irresistível. Mas, tudo isto é apenas sedução, jogo de hipnótica e visão de ótica. Eva, no Éden, foi hipnotizada por Satanás e muitos, ou melhor, quase todos de nossa geração estão sendo também enfeitiçados e hipnotizados pelo poder de Satanás através da sedução pelo prazer do pecar.
            Depois que a geração de Sete se uniu a geração de Caim através da falsa ilusão de que o pasto do vizinho era mais verde, ou seja, as mulheres lhes eram mais atraentes e belas, Satanás conseguiu segurar parte desses descendentes em seus enganos. Foram envolvidos pela cultura estabelecida pela geração de Caim e não mais possuíam discernimento da verdade. Se juntaram a essa geração corrupta e mesclaram suas vidas religiosas com os desvalores da religiosidade pagã. Neste caso em específico, duas classes de adoradores são claramente observáveis. Nem todos os povos de Sete se enveredaram para este engano, pois, alguns poucos homens e mulheres ainda permaneceram firmes e fiéis ao Deus verdadeiro. Continuaram sua jornada de fidelidade ignorando e se virando contra o pecado. Entretanto, a geração perdida de Caim seguiu seu caminho ignorando a vontade e o amor de Deus, fazendo de suas vidas o que bem entendem e seguindo suas próprias falsas concepções religiosas. Isto perdurou até o dia da destruição, pois a conduta deste povo era terrivelmente má perante os fiéis e principalmente perante Deus. Em nossos dias estas duas classes existem fora e dentro da igreja. Infelizmente, mesmo que no circulo religioso esta tem sido uma realidade muito infeliz e triste. No entanto, dentre tantos perversos, Deus encontrou Noé e sua família como sendo-lhe fiel e oferecendo-lhe a verdadeira adoração. Este nobre homem prontamente montou um altar e ali fez o verdadeiro sacrifício ao Senhor. Assim como naquele tempo, hoje, Deus tem seus verdadeiros adoradores que, como Noé, em meio a uma multidão de falsos adoradores, estão dispostos a permanecerem fiéis até o fim a ponto de, se necessário, dar suas próprias vidas pelo evangelho puro e imaculado – Jesus Cristo.

Leitura Adicional

            “Os descendentes de Sete se separaram dos ímpios descendentes de Caim. Estimavam o conhecimento da vontade Deus, enquanto os descendentes de Caim não tinham respeito por Deus e nem por Seus Santos Mandamentos. Mas quando os homens se multiplicaram sobre a Terra, os filhos de Sete viram que as filhas dos descendentes de Caim eram muito belas, e se afastaram de Deus e O desagradaram tomando esposas da linhagem idólatra de Caim” (Signs of the Times, 20 de fevereiro de 1879).

            “Aqueles que honravam a Deus e temiam ofendê-Lo, num primeiro momento, sentiam a maldição, embora branda, enquanto os que se desviavam dEle e desprezavam Sua autoridade sentiam mais fortemente seus efeitos, especialmente em estatura e nobreza de forma. Os descendentes de Sete foram chamados filhos de Deus; os descendentes de Caim, filhos dos homens. E quando se misturaram os filhos de Deus com as filhas dos homens, eles se tornaram corruptos e, pelo casamento, perderam seu caráter peculiar e santo e se uniram à idolatria dos filhos de Caim. Muitos abandonaram o temor de Deus, ignorando Seus mandamentos. Mas houve uns poucos que continuaram na prática da justiça, temendo e honrando seu Criador. Noé e a família se achavam entre esses poucos justos.
            O pecado estava se espalhando pela Terra como lepra mortal. O mundo estava apenas na infância, mas, nos dias de Noé, a iniquidade se tornou tão profunda e generalizada que Deus Se arrependeu de haver criado o homem. A bondade e a pureza pareciam estar quase extintas, enquanto o ódio à lei de Deus, cobiça, inveja, contendas, sedições, opressão e violência mais cruéis corrompiam a Terra sob seus habitantes. ‘Toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal’ (Gn 6:5; Signs of the Times, 27 de fevereiro de 1879).

            “Noé não esqueceu aquele que o havia preservado tão graciosamente. Logo ergueu um altar e tomou um exemplar de cada animal limpo e de cada ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar. Mostrou, assim, sua fé e Cristo, o grande sacrifício e manifestou gratidão a Deus por tê-lo preservado maravilhosamente. A oferta de Noé subiu diante de Deus como um cheiro suave. Ele aceitou o sacrifício e abençoou o patriarca e sua família. Aqui é ensinada uma lição a todos os que vivem sobre a Terra: a cada manifestação da misericórdia de Deus e do Seu amor para conosco, nosso primeiro ato deve ser render-lhe humilde gratidão e adoração” (Signs of the Times, 6 de março de 1879).

QUARTA, 29 DE JUNHO
A fé demonstrada por Abraão
(Gn 12:1-8; 22:1-18)

            Abraão, talvez um dos nomes mais conhecidos em toda a Bíblia. Muito bem Conhecido por Judeus, Cristãos e Muçulmanos, ganha posição de destaque nas principais religiões do mundo. Este grande homem foi chamado por Deus devido sua sensibilidade em servi-lo e amá-lo. Em seu tempo, havia muitas crenças diversas e sacrifícios variados com objetivos de adorar algum deus daquela época. Abraão quando recebeu o chamado de Deus, prontamente atendeu e seguiu rumo a uma terra que ele não conhecia, mas se deslocou pela fé. Foi submetido a provas das mais duras que um homem poderia suportar. Com exceção a algumas situações específicas, seus erros apenas serviram para lhes trazer maior maturidade espiritual e maior resistência contra o pecado. Sua maior demonstração de fé, sem dúvida alguma, não foi no início de sua jornada com Deus, mas um pouco mais adiante, quando Deus lhe pediu que sacrificasse seu amado filho. Naquele tempo era comum entre as religiões pagãs o sacrifício de crianças aos deuses. E como ironia do destino, Deus pediu que Abraão fizesse o mesmo para Ele. Com extrema dor e intenso sofrimento levou o filho até o monte, e lá, além de aprender, ensinou a nós a maior lição de todas já vistas. Por esta experiência, ele aprendeu e ao mesmo tempo nos ensina uma lição muito valiosa, que, o único meio de seguirmos a Deus verdadeiramente é oferecer-Lhe somente aquilo que ele deseja, gosta e pede em Sua palavra. Além do mais, junto com esta verdade, o fato que somente por intermédio do sacrifício de Cristo é que podemos alcançar graça diante de Deus. O anjo do Senhor segurou a mão de Abraão impedindo-o de dar sequência ao sacrifício que não traria nenhum tipo de remissão, pois o verdadeiro sacrifício humano já fora feito antes mesmo da fundação do mundo (1 Pe 1:18-20).
            Esta narrativa é uma das mais intrigantes, pois, se Deus pedisse algo aparentemente escrupuloso para os cristãos de hoje, como pediu a Abraão, como seria suas reações? Em uma geração de cristãos que comumente oferecem a Deus seus gostos pessoais e aquilo que acham e pensam, não é difícil de entender qual seria a atitude ou resposta deles. Abraão deu o maior testemunho de fé que alguém poderia dar, por esta razão ele foi chamado de o pai da fé.

Leitura Adicional

            “Abraão obedeceu à voz de Deus. Assim que teve uma indicação da vontade de Deus, ele se mostrou pronto a obedecer. Não parou para analisar se teria alguma vantagem financeira. Pela fé, colocando a confiança na direção de Deus, ele deixou sua casa e sua parentela, e ‘partiu sem saber aonde ia’ (Hb 11:8).
            Naquela época, a idolatria estava se disseminando rapidamente e conflitando com a adoração ao verdadeiro Deus. Mas Abraão não se tornou idólatra. Apesar de seu próprio pai ter sido vacilante entre a verdadeira e a falsa adoração, e tendo seu conhecimento da verdade misturado com falsas teorias e práticas idólatras, Abraão se manteve livre dessa obsessão. Não se envergonhava de sua fé e não fazia esforço para esconder o fato de que punha em Deus sua confiança. Ele ‘edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor’” (The Youth’s Instructor, 4 de março de 1897).

            “O julgamento humano pode considerar-se severa a ordem dada a Abraão, difícil demais para a força humana. A força de Abraão vinha de Deus. Ele não considerava as coisas como são vistas por olhos mortais, mas para as coisas que são eternas. Deus não exigiu de Abraão mais do que, em sua divina compaixão e amor infinito, Ele própria havia dado ao homem. Ele deu Seu filho unigênito para morrer, a fim de que o homem culpado tivesse vida. A oferta de Isaque, requerida a Abraão, foi concebida por Deus especialmente para prefigurar o sacrifício de Seu Filho” (Signs of the Times, 3 de abril de 1879).
           
QUINTA E SEXTA, 30 DE JUNHO A 01 DE JULHO
Betel, a casa de Deus
(Gn 28:10-22)

            Betel possui um significado mais do que especial. Na experiência de Jacó, em sua visão dos anjos subindo e descendo, ali, pode ele, impressionado pela visão, fazer um pacto de fidelidade com Deus. Sua experiência tornou este lugar em um ambiente marcante e decisivo. Para nós em pleno século XXI a experiência de Jacó, de desespero e solidão, pode ser a nossa própria experiência. Quantos hoje precisam passar por experiências como as de Jacó para receber uma visão clara da grandeza espiritual do reino celeste e de Deus, e assim, fazer desta experiência um símbolo de sua fidelidade definitiva para com Deus? Talvez não tenhamos a mesma experiência real de ter visto anjos descendo e subindo até o Céu, mas, infelizmente, tem sido os piores momentos de nossa vida que tem clareado nossos olhos para entender o quanto somos dependentes do Senhor.  Ellen White faz um lindo comentário a este respeito e, se possível, que lê-se muitas vezes: “Enquanto Jacó estava assim prostrado e atribulado, o Senhor teve compaixão dele e o orientou para que fosse a Betel. Com a menção desse nome, o patriarca foi lembrado não apenas de sua visão dos anjos, subindo e descendo, e de Deus sobre eles pronunciando palavras de conforto, mas também do voto que havia feito ali, de que, se Deus o guardasse e abençoasse, o Senhor seria o seu Deus. E ele refletiu assim: Tenho sido tão fiel a minha promessa como Deus foi fiel à Sua? Ele viu e sentiu a necessidade de ser mais íntegro e decidiu com sua família afastar tudo o que tivesse sabor de idolatria. Decidiu limpar o acampamento, a fim de que sua família chegasse ao lugar sagrado livre de corrupção. Então, ele se ergueu e se dirigiu a eles: ‘Livrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa. Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado’” (Gn 35:3; Signs of the Times, 4 de dezembro de 1879).

Leitura Adicional

            “Há uma ligação entre a Terra e o Céu por meio de Cristo, a escada mística que Jacó viu na sua visão em Betel. Quando estávamos separados de Deus, Cristo veio reconciliar-nos com o Pai. Com compassivo amor, pôs o Seu braço humano em volta da raça decaída, e com o braço divino apegou-Se ao trono do Infinito, ligando assim o homem finito com o Deus infinito; por meio do plano da salvação somos unidos com os agentes do Céu. Por meio dos méritos de um Redentor crucificado e ressurreto, podemos olhar para cima e ver a glória de Deus brilhando do Céu para a Terra. Devemos ser gratos a Deus pelo plano da salvação. Temos sido agraciados com muitas bênçãos, e, em troca, devemos dar a Deus um coração não dividido.
Como é lamentável que, devido a nossa indiferença para com os nossos interesses eternos, estejamos longe de Cristo!... Não vemos a glória de Deus incidindo sobre cada degrau da escada; não subimos por Cristo, fazendo progresso na vida espiritual. Se fizéssemos isso, haveríamos de refletir a imagem de Cristo, ter pureza de caráter e tornar-nos como luzeiros no mundo. Deveríamos contemplá-Lo constantemente, até ficar encantados com as virtudes do Seu caráter; então não deixaríamos de falar sobre Ele e Seu amor. Possuiríamos então ricas bênçãos que o mundo não pode dar ou tirar, e perderíamos nossa atração pelo pecado” (Signs of the Times, 15 de dezembro de 1890).

“Tendo Jacó cumprido o dever de purificar sua casa da idolatria, partiu com os seus em sua jornada para Betel. Por amor a Seu servo Jacó, que não havia participado da crueldade praticada contra os siquemitas, o Senhor fez cair medo sobre os habitantes da terra, que não se ergueram para vingar o feito em Siquém. Os viajantes seguiram seu caminho sem se molestados e foram a Betel. Em obediência ao mandamento divino, Ali Jacó ergueu imediatamente um altar, sobre o qual cumpriu o voto feito por ocasião de sua jornada de Canaã à Mesopotâmia. DE todos os bens que lhe haviam sido confiados, apresentou uma oferta a Deus, embora isso representasse boa parte de seus bens. A abnegação e beneficência ali manifestadas repreende a indulgência de muitos cristãos professos e as magras ofertas que levam a Deus. ... O Senhor aceitou a oferta de Jacó, revelou-Se a ele e o abençoou, renovando a aliança com ele. Como memorial comemorativo desse penhor adicional do favor divino, Jacó novamente ergueu uma coluna de pedra, que consagrou ao Senhor do modo costumeiro” (Signs of the Times, 4 de dezembro de 1879).
                                   
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br